segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mais dicas para comprar boas Cachaças

 

7 de dezembro de 2011 | Categorias: Blog, Marketing e Cachaça | Por: Renato Figueiredo
Dicas de onde beber Cachaça - Tanta variedade!
Estão chegando as festividades de final de ano e o verão. Ah, o verão! A dica do Mapa da Cachaça é aproveitar tudo isso para conhecer um pouquinho mais a Cachaça brasileira. Na caipirinha, como presente ou em forma de livro. Vale tudo para conhecer mais o destilado nacional. Enquanto isto, por aqui seguimos ajudando você a escolher sua “branquinha” ou sua “douradinha”, com nossa série de dicas para comprar Cachaça. (veja mais dicas no post anterior).

  • CACHAÇAS SEM REGISTRO. É muito comum encontrar produtores vendendo cachaça diretamente em seu alambique, em restaurantes na estrada ou em pequenas lojas. É uma delícia encontrar boas versões da bebida nestes lugares, mas é preciso cuidado com algumas delas: principalmente as vendidas em garrafões, ou sem os registros que mencionamos antes. Muitas vezes praticando preços irrisórios (que podem chegar a 1 ou 3 reais o litro!), muitas pessoas que não têm na produção de cachaça sua atividade principal (são revendedores de cana para outras indústrias, por exemplo), acabam conquistando pessoas como você, ou seu amigo – que jura que aquela é a melhor Cachaça que já tomou na vida. Muitas vezes o produto agrada, é cheiroso e até aparentemente saboroso. A experiência de encontrar a cachaça e bebê-la ali, de maneira especial, corroboram para o seu julgamento. No entanto, é necessário algum cuidado com estes produtos: fazer cachaça é até relativamente fácil; mas fazer Cachaça de qualidade, não. É comum que produtos com altos índices de componentes prejudiciais à saúde sejam ao mesmo tempo muito cheirosos e gostosos. Mas também são perigosos para sua saúde. Cuidado!

  • EXAME VISUAL: Sim, por incrível que pareça, um simples exame visual pode te ajudar a verificar a qualidade das Cachaças. Pegue a garrafa, agite o líquido e verifique se não há elementos em suspensão que possam denunciar a falta de cuidado final na produção. Mesmo se a garrafa for escura, procure examiná-la contra a luz para saber se não há elementos indesejados no que vai beber. Se houver, dê preferência a outras marcas.

  • MADEIRAS: Há uma série de madeiras para envelhecimento, como sempre falamos aqui. Mas como escolher entre uma e outra? A dica que fica é uma só: experimentar. Grosso modo, podemos indicar a bebida envelhecida no Jequitibá para utilização na caipirinha – por seu caráter mais neutro. A Amburana e o Bálsamo têm seus sabores peculiares que valem a pena serem apreciados puros, ou até com gelo. A Amburana (ou Umburana, ou Cerejeira) costuma ser mais “adocicada”, menos amadeirada que o Bálsamo. Já este é muito comum na tradicionalíssima região de Salinas (M.G). O Carvalho, por sua vez, como é a madeira utilizada em outras bebidas alcoólicas, tem um sabor mais familiar, podendo agradar, por exemplo, àqueles que estão se iniciando na água que nem gato nem passarinho bebem. Mas, de novo, a maior dica de todas é: experimente!

  • EMBALAGEM: Está aí uma regra que não costuma valer nada na hora de comprar sua Cachaça. Como publicitário, sei como esta é uma parte que influencia o consumo, mas, no caso da Cachaça, faça força para deixar seu apuro estético de lado e tente não julguar uma Cachaça por sua embalagem. É verdade que produtos com bom acabamento e cuidado em sua apresentação também podem ser um indício de cuidado no fabrico. Mas a maior parte dos produtores de qualidade em atividade hoje ainda não se converteu ao “mundo do marketing”, e produzem excelentes Cachaças ornadas pelos mais improváveis e pouco atraentes rótulos. Alguns são belas exceções, mas não são regra. A Havana, tida como a Cachaça mais famosa e valorizada (embora haja outras que se igualem no salgado preço de R$300 a garrafa), é, por exemplo, envasada em garrafas de cerveja. Portanto, aquele ditado “as aparências enganam” é LEI na terra da caninha.

  • PREÇO: A dica é: desconfie das muito baratas e não ache que, para ser boa, ela precisa ser cara. Há excelentes Cachaças a R$15 a R$20 muito mais vantajosas do que marcas medianas de vodka, e outras, de R$35 a- R$40, por exemplo, que deixam muito whisky no chinelo.

  • REGIÕES: Salinas (M.G), Paraty (R.J) e o Sul do Brasil são regiões que têm se destacado na produção de Cachaças Artesanais de qualidade. Mas seria injustiça com as outras falar que apenas a Cachaça dali vale a pena ser provada. A Paraíba e a Bahia, só para dar um exemplo, são estados que se destacaram nos últimos rankings. O Brasil é um país muito grande, e a qualidade da Cachaça pode estar surgir dos locais mais inesperados. Vira e mexe pipocam excelentes Cachaças por aí. Vale a pena conhecer as peculiaridades das regiões historicamente famosas mas a regra final é: Se é do Brasil, é bom!

  • RANKINGS E GUIAS: Alguns rankings publicados periodicamente por algumas revistas, universidades e organizações do setor (todos publicados pelo MdC, veja aqui: ranking Vip, ranking Playboy, ranking Quissamã, ranking Unesp, ranking ExpoCachaça), podem ajudar muito a você escolher sua Cachaça. São rankings que levam em conta a opinião de pessoas que gostam e/ou entendem do assunto: bons indicativos para você descobrir boas Cachaças. Outro caminho muito útil é o conteúdo publicado diariamente aqui no Mapa da Cachaça. Veja, por exemplo as dicas do nosso Sommelier de Cachaças, da seção Cachaça e Cozinha, ou mesmo os comentários no Guia de Cachaças. E esteja sempre conectado nas novidades da “Bendita”!

Um abraço e até o próximo post!

Renato Figueiredo

Renato Figueiredo é autor do “De Marvada a Bendita” , livro que examina e conta todas as qualidades escondidas que fazem a Cachaça uma bebida de muito valor. Quinzenalmente às Quartas-Feiras, faz aqui no Mapa da Cachaça o MARKETING DA CACHAÇA, trazendo a tona assuntos que ajudem na valorização da "preciosa". Fale com ele: renato@mapadacachaca.com.br.

Nenhum comentário:

Postar um comentário